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Desvendando a tributação no agronegócio: desafios, comparações internacionais e o futuro da reforma tributária

O agronegócio é um pilar fundamental da economia brasileira, desempenhando um papel crucial no crescimento e na estabilidade do país. No entanto, como destaca o tributarista Renzo Bahury de Souza Ramos, a tributação sobre o setor é frequentemente alvo de críticas devido à sua complexidade e elevada carga tributária. A comparação entre o sistema tributário brasileiro e o de outros países pode oferecer insights valiosos para possíveis melhorias. 

Este artigo visa analisar a tributação no agronegócio no Brasil, comparando-a com a de países como os Estados Unidos e alguns da União Europeia, e avaliar os impactos da proposta de reforma tributária no setor.

Leia para saber mais!

Como é a tributação no agronegócio?

O sistema tributário brasileiro é notoriamente complexo, com o agronegócio enfrentando uma variedade de tributos em níveis federal, estadual e municipal. Conforme Renzo Bahury de Souza Ramos, o setor está sujeito a tributos como PIS/PASEP, COFINS e IPI, cuja incidência cumulativa pode elevar significativamente os custos de produção. Esses tributos, além de sobrecarregar o setor, frequentemente geram um ambiente de incerteza para os investidores e produtores.

Apesar das críticas, o agronegócio brasileiro se beneficia de certos incentivos fiscais. O setor tem acesso a benefícios como a redução das alíquotas de ICMS e isenções no Imposto de Renda e na Contribuição Social sobre produtos agrícolas. Esses incentivos são fundamentais para a competitividade internacional do agronegócio, ajudando a reduzir os custos e estimular o crescimento. No entanto, a complexidade do sistema e o custo de conformidade continuam sendo desafios significativos para os produtores.

Como é a tributação em outros países? 

Para entender melhor o impacto da tributação no agronegócio, é útil analisar os sistemas tributários de outros países. Nos Estados Unidos, o sistema tributário oferece incentivos fiscais consideráveis para o setor agrícola, com um foco principal no imposto sobre a renda, que inclui deduções específicas para agricultores. Esses incentivos ajudam a promover a produção e a exportação, criando um ambiente mais favorável para o agronegócio.

Na União Europeia, a Política Agrícola Comum (PAC) desempenha um papel crucial. Como explica Renzo Bahury de Souza Ramos, a PAC proporciona suporte financeiro direto aos agricultores, compensando a carga tributária e incentivando práticas agrícolas sustentáveis. Além disso, muitos países europeus aplicam alíquotas reduzidas de Imposto Sobre Valor Agregado (IVA) para produtos agrícolas, o que contribui para a manutenção de preços competitivos e apoia a sustentabilidade do setor.

Quais os impactos da reforma tributária no agronegócio?

Atualmente, o Brasil está discutindo uma reforma tributária que visa simplificar o sistema e unificar a arrecadação. A proposta inclui a criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que substituiria tributos como ICMS e ISS, e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que substituiria PIS e COFINS, além da extinção do IPI com a introdução do Imposto Seletivo. Conforme destaca o tributarista Renzo Bahury de Souza Ramos, a CBS e o IBS vão ser não cumulativos, seguindo o modelo do Imposto sobre Valor Agregado (IVA).

Embora a reforma tenha o potencial de aumentar a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional,  a transição para o novo sistema apresenta desafios significativos. A adaptação dos sistemas contábeis e a capacitação das equipes são aspectos críticos que precisam ser abordados. Além disso, apesar das isenções para máquinas agrícolas e alíquotas reduzidas para alimentos e insumos, a reforma pode introduzir novas tributações sobre produtos como sementes e adubos, o que pode impactar negativamente o setor.

O futuro da tributação no agronegócio: oportunidades e desafios da reforma

Em suma, a reforma tributária proposta pode oferecer uma oportunidade valiosa para simplificar e unificar o sistema de arrecadação, potencialmente aumentando a competitividade do agronegócio brasileiro. No entanto, a transição para o novo sistema exige um planejamento cuidadoso e suporte adequado aos produtores rurais. A implementação bem-sucedida das mudanças dependerá de estratégias eficazes de adaptação, apoio governamental e uma abordagem equilibrada para garantir que o setor agrícola continue a prosperar sem prejuízos significativos.

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